JOÃO 18
Que
marca intensa nesse capítulo! O desenrolar deste capítulo mostra vários
aspectos de nossas debilidades enquanto natureza caída. Após terminar sua
oração de intercessão Jesus atravessa o vale de Cedrom para ir a um lugar mais
amplo de intimidade onde se reuniu muitas vezes com seus discípulos. Jesus
tinha um destino profético e não temeu ir para o lugar onde se encontraria com
esse destino. Ele ultrapassou o vale a sua frente e chegou ao lugar onde estava
o propósito de Deus Pai para Ele. Em nossa caminhada com Cristo por várias
vezes buscamos evitar os vales e cortar caminho, acreditando que estamos
pegando a direção de Deus.
Quantos milhares de vezes nós chamamos
direção de Deus aquilo que queremos em nosso íntimo. Acredito que a natureza
humana de Jesus não queria se despedir dos discípulos, não queria deixar a
terra, não queria ficar “longe” dos seus amigos, não queria o sofrimento. Quem
quer sofrer? Em nossos dias aqueles que deveriam ser igreja pegaram a linguagem
do sofrimento e simplesmente a baniram. Falam de uma vida luxuosa e o melhor da
terra, sem notar que TUDO que nos tira do propósito de Deus está longe de ser o
melhor da terra.
No livro de João exclusivamente o
Senhor nos mostra a divindade de Cristo e a chance de desistir de tudo que Ele
tinha. Ao se apresentar aos soldados todos recuam e caem por terra. Pois em sua
divindade Ele se apresenta a homens mortais e então, em seguida, ele se
reapresenta como homem. Pedro após ver isso não hesita em reagir. Quantas vezes
nós vimos a ação divina de Deus e na hora onde parecia que Ele não ia fazer
nada reagimos imprudentemente.
Aqui eu vejo Pedro desafiar o
verdadeiro propósito de Deus em sua ignorância. Quantas vezes eu fiz isso!
Perdão Pai! Em nossa geração vemos pessoas que estão cumprindo o propósito de
Deus como Malco, mas por aquilo que ela esta fazendo não nos beneficiar, logo
nos levantamos contra essas pessoas. Quantas vezes pomos em descrédito a função
de outras pessoas no reino e esperando ser o herói daquele momento.
Malco se posicionara para prender
Jesus, o que levaria Ele ao seu destino profético. Em nossa humanidade sempre
queremos julgar quem está certo ou errado e dar o nosso jeito de fugir de
situações de sofrimento. Naquele momento em atitude Jesus mostra amor por
aquele que aparentemente era seu inimigo. Naquele lugar Jesus realiza seu último
milagre como homem mortal, como observamos nos outros evangelhos ele cura a
orelha de Malco.
Quantas vezes Deus nos chama a dar um passo em lugares aparentemente
escuros, e sabendo que será doloroso demais, fazemos alguma coisa para fugir ou
evitar o sofrimento. Ele não nos chama a dar um passo com alguma
armadilha preparada, por mais doloroso que o passo aparente ser. Se o
sofrimento puder ser evitado, Deus se encarregará de afastá-lo. Caso contrário,
não faça por você mesmo algo para evitar aquilo para que Deus tem te chamado, simplesmente
faça como Jesus o fez: "porém que seja feita a Tua vontade, e não a minha."
Outra
coisa que podemos observar é a capacidade de Pedro ferir Malco achando que
estava fazendo certo. Tenho dito nesses dias: Quantas pessoas eu feri sem
notar, e convicto de que estava fazendo a vontade de Deus. Nenhuma palavra que
possa trazer ferida deve ser dita por nós, nem uma ação que possa ferir deve
ser praticada por nós. Nesses últimos 2 anos tenho aprendido a acreditar em
todos sem seleção. A investir em pessoas independentemente do que elas estão
realizando. Sem querer ser juiz delas, buscando ensinar com amor e
disponibilidade não só de ensinar, mas de aprender. Nesses dias Jesus está nos
ordenando: GUARDE A ESPADA.
A
partir desse momento começa a caminhada de Jesus aquilo a que estava destinado.
Aquele que a alguns momentos queria proteger Jesus na sua própria força o nega
no verso12. Como nossa natureza carnal é desprezível. Estamos cheios de
promessas e momentos de alegria na presença do Senhor e num instante estamos na
posição de negá-Lo. A partir desse verso vemos Pedro negar a Jesus não uma, mas
3 vezes. Eu me pergunto: Ele não tinha prometido lealdade alguns dias antes? É
comum fazermos a mesma coisa. Damos passos de fé, e logo em seguida, voltarmos
e negamos o senhorio de Cristo sobre uma área importante de nossas vidas.
Achamos
que entregamos tudo, porém, em alguma área de nossas vidas ainda falta o total
senhorio de Cristo. E quando menos esperamos damos de cara com essa verdade. No
caminho Jesus passa pelo sumo sacerdote e ali “se achando superior” o sumo
sacerdote tomado de inveja e tantos outros sentimentos com todos os seus
companheiros naquele lugar procuram um meio de acusar Jesus. Quantas vezes
fazemos isso, ficamos vasculhas aqueles que se destacam ao nosso redor para dar
um jeito de expor suas debilidades.
Jesus
disse: quem não tem pecado atire a primeira pedra. Aquele que não tem
debilidade em sua vida que aponte a debilidade do outro. Martelamos por dias
uma forma de achar falhas em alguém para reprová-lo. E quando não encontramos
damos um jeito de agredir essas pessoas. Jesus ao falar a verdade é agredido
por um guarda. A postura de Jesus, ah homem santo. “Se eu disse algo de mal,
denuncie o mal. Mas se falei a verdade, porque me bateu?”
Ele
sempre tem a palavra que nos faz rever nossas atitudes ao invés de nos expor
com total desprezo. O tempo passava e Pedro esta diante da fogueira se
aquecendo numa noite onde a frieza o havia cercado. E alguém tenta destacar sua
vida com Deus, mas em meio à frieza ele mais uma vez o nega. E não bastasse a
segunda vez, ele O nega a terceira vez. O terceiro a identificá-lo é parente
daquele que ele havia ferido. Uma hora em nossa jornada iremos ser
identificados por aqueles que são próximos dos que ferimos. Precisamos estar
atento porque até nesses momentos é o Senhor nos chamando para o concerto.
Agora
Jesus esta perante Pilatos, um homem cheio de si. Como passaremos por gente
assim. E ali Jesus com poucas palavras, eu acredito mudar a vida de Pilatos
para sempre. Os judeus cheios de sua doutrina não entram no Pretório. Estavam
cometendo um erro e apenas se preocupavam com a religião. Como somos assim! Preocupamos-nos
em estar nos cultos da igreja, mas não em manter um relacionamento diário com
Deus nos afastando do pecado. Preferimos as muletas a andar com Deus pela nossa
própria entrega.
Em meio à
santidade de Jesus aquele que desconhecia a palavra não consegue ver Nele
motivo de acusação. Como a postura de Jesus convence. Aleluia. E para encerrar
tenho que chamar nossa atenção para um ponto crucial. Todos estes eventos
cooperam para que o Cristo cumprisse Seu propósito principal e para afirmar a
veracidade das escrituras, contudo também traz ensinos poderosos sobre nossas
debilidades. No fim de tudo Jesus é trocado por Barrabás.
Preferimos caminhar pra longe Daquele
que nos leva a Deus do que viver diariamente o confronto de andar com Ele. Ande
com aqueles que despertam o melhor de Deus em você, ao invés de escolher andar
sozinho. Eles escolheram Barrabás, alguém que depois de solto não faria
diferença alguma em suas vidas. E as nossas escolhas estão associadas a isso.
Fugir do confronto porque preferimos continuar fazendo as coisas debaixo
daquilo que “acreditamos”. Abandonar a direção de Deus sob a desculpa de ter
uma nova direção. Por que Deus geraria sonhos em nós e sem realizarmos tudo
isso nos colocaria em outra direção?
Não escolha Barrabás se pode escolher
Jesus. Com Jesus Cristo, sempre há oportunidade para restauração, com Barrabás
não.
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